Evangelizadores, pais, cuidadores, normalmente apresentam dificuldades relacionadas à idade correta de iniciar a evangelização. Para discorrer sobre este assunto, utilizaremos o material produzido por Hyde Flávia, coordenadora Nacional do Ministério para Crianças,Querigma das Idades lançado pela Editora RCCBRASIL.
Segundo a autora, não existe uma idade correta para começar a evangelização. A Igreja Católica, na cerimônia do Matrimônio, reza pedindo a Deus que abençoe os filhos que nascerem daquela união. Ao dizer o sim, o casal diz sim ao plano de Amor de Deus, um reino de paz, alegria, fidelidade, e bondade. Momento em que rezamos por esta família, pedindo a Deus que manifeste seu Amor “livrando-nos de todos os males” e que “venha a nós o vosso Reino”, assim sendo, estamos preparando um terreno fértil onde Deus poderá plantar muito amor.
Gestação e nascimento
No início da gestação, o bebê percebe sons, sensações e toques. Em Lucas 1,44 João Batista estremeceu de alegria no ventre de sua mãe Isabel na presença de Jesus e de Maria. Por isto, os casais grávidos deverão sempre que possível “apresentar” Jesus ao bebê que está no ventre, conversando com ele, dizendo do grande amor que Deus tem pelo bebê; que não foi nem o papai e nem a mamãe que chamaram o bebê para vir a este mundo, mas o próprio Deus; que Deus o ama tanto que já preparou tudo aqui fora da barriga da mamãe. Podemos pedir a Deus que abençoe a criança que vai ou que está sendo gerada, que a luz plena envolva cumulando seu coraçãozinho de dons e louvor ao seu nome.
Os pais também devem preparar o neném para o momento da separação da mãe: o nascimento. A criança sentirá segurança se souber dos pais o que é nascer para a vida e como ela é querida e esperada. Agora serão muitos para cuidar. O mais importante é passar a experiência de confiança em Deus. Os pais podem dizer: “Filho(a), Papai do Céu ama você, o papai e a mamãe podem até errar ou faltar com você, mas o Papai do Céu nunca o abandonará.
Sugerimos que os pais também façam a Celebração da Vida (Apostila de Serviço Ministério para Crianças). Nesta celebração, juntamente com familiares e amigos, apresentamos a criança a Jesus e à Maria, antes do nascimento. Experiência maravilhosa que o Ministério para Crianças realiza por todo o país.
Para evangelizar a criança é preciso levar em conta seu desenvolvimento (ver quadro “O Desenvolvimento Emocional e Espiritual da Criança”, Apostila de Serviço do Ministério). De um modo geral, para todas as fases é preciso amor nas atitudes, paciência para acompanhar o desenvolvimento, aceitação da criança e compreensão de sua posição frente ao evangelizador e aos demais, a si mesma e a Deus. A criança precisa do amor e da verdade que Deus ensina a você evangelizador. Este recurso é fundamental para que não as empeçais de chegar a Ele.
– De 0 a 3 anos
Até um 1 ano e meio, Hyde denomina a idade do bebê em idade da graça. O evangelizador deve tocar, brincar, amar com os olhos, as mãos e com as palavras. Nossa Senhora é o grande modelo para todos nós, lembramos que a relação maior do bebê nesta fase é com a mãe. Ao dar banho e dar de beber à criança, pode lembrá-la de seu batismo e que Jesus é fonte de Água Viva. Utilizar sempre de uma vela quando orar explicando que Jesus é a luz do mundo. A descoberta de si mesmo e o controle das fezes e urina deve ser feito lembrando como é rico Deus que nos criou. A criança nesta idade não tem noção de certo e errado. A repetição de coisas erradas que já ensinamos a ela nunca deve ser vista como pirraça, mas sim como limitação.
De um ano e meio a três anos a criança está na idade do egocentrismo. Sua relação que antes era a mãe, agora se amplia também ao pai. O evangelizador deve respeitar a criança que nesta idade só sabe dizer “eu”, “meu”, e não gosta de dividir as coisas com as outras crianças. Aos poucos, o evangelizador leva a criança a repartir como o Menininho Jesus. Ensinar a manusear a Bíblia lendo com o dedinho, falar e repetir pequenas orações e musiquinhas curtas com bastantes gestos. Falar do Papai do céu, da Mamãe do céu, do Anjinho da guarda.
O evangelizador deve brincar, contar historinhas, ensinar pequenas orações (da manhã, da noite, durante as refeições). Ensinar a contemplar a natureza imitando-a, observando-a, a louvar e a agradecer ao Papai do céu por tudo.
– De 4 a 9 anos
Com quatro a seis anos a relação da criança, que antes estava na presença dos pais, hoje se amplia para toda família. Os pequenos estão abertos ao conhecimento de Deus, agora têm noção do certo e do errado, do bem e do mal.
O evangelizador deve tomar cuidado para não deformar o rosto de Deus: Deus “vingador”, (castiga), Deus “Vai e Vem” (afasta-se triste quando faz algo errado), Deus “Dedo Duro” (vê tudo), Deus “Enciclopédia” (responde perguntas difíceis: Por que não tenho um irmãozinho? Por que a vovó morreu?…). O evangelizador precisa estar atento, denunciando estas “faces errôneas” de Deus apresentadas pelos adultos, ensinando a criança que Jesus é o maior amigo, que jamais abandona seus irmãozinhos, sejam eles bons ou maus.
Dos seis aos nove anos, a criança está na idade escolar (alfabetização). Sua relação agora se amplia para vizinhança e escola. Nesta fase, ela necessita e confia em Deus, reconhece o pecado (Idade da pré Eucaristia); idade ideal para formação religiosa.
O evangelizador deve instruir a criança a frequentar a catequese na Igreja. Usar de muitas brincadeiras. Começar o estudo da Palavra, retirando mensagem e ordem. Deve ser incentivada a evangelizar todos os coleguinhas da rua. Ensinar também o terço e as noções dos sacramentos e mandamentos.
– De 9 a 12 anos
Dos nove aos doze anos eles já sabem testemunhar sua fé. O evangelizador pode ensinar a retirar da Palavra mensagens, ordem, promessa e como aplicar em minha vida. Ensinar os mandamentos e os sacramentos. Já podem levar a Boa Nova aos coleguinhas incentivando-os a ajudarem na evangelização de outras crianças. Formá-los para pregarem a Palavra de Deus em temas específicos.
Dos doze acima. Jesus evangelizava aos doze anos, o evangelizador deve incentivar as crianças a prepararem um mundo para Jesus, dando de presente a Ele muitas crianças evangelizadas. Elas já podem e devem ajudar na evangelização de crianças menores, ensinando o estudo bíblico, a rezar a Coroinha do Menino Jesus, e outras orações, em qualquer lugar, na garagem, no quintal, na escola, onde estiverem.
Lembramos que em todas as fases utilizamos o anúncio querigmático e o testemunho pessoal a fim de que leve a uma conversão pessoal e uma mudança de vida (Conf. Documento de Aparecida, parágrafo 226).